Calor, colapso e golpes de calor: o decálogo salva o coração

Até o coração sente o calor e a umidade nesses dias abafados de verão. Cansaço, aumento da transpiração, perda de apetite, exaustão, tontura ou dor de cabeça, tontura. E então também sintomas como pressão arterial baixa, batimentos cardíacos lentos ou aumentados, sensação de ter que deitar para não perder a consciência. Podem ser sintomas relacionados ao calor, e à passagem de ambientes refrigerados com ar condicionado para externos. Para o corpo, que não tem tempo de se adaptar à mudança brusca de temperatura, esse é um grande estresse que não deve ser subestimado.

«O estresse exercido pelos raios ultravioleta aumenta ano após ano, os picos de calor e umidade aumentam, e esses fenômenos podem ter efeitos nocivos em nosso corpo, começando pelo campo cardiovascular, tanto para quem usa drogas quanto para quem que não os tomam», explica Massimo Volpe, cardiologista, presidente da SIPREC (Sociedade Italiana de Prevenção Cardiovascular).Os especialistas do Siprec elaboraram um manual para aprender a suportar o calor com truques simples, porém capazes de diminuir o impacto estressante sobre o coração e outros órgãos, limitando os riscos à saúde de adultos e crianças.

Quente, como evitar um colapso

Para evitar reações relacionadas ao calor (crises hipotensivas, desmaios, fraqueza, colapso) você precisa ficar em ambientes frescos. Evite passar rapidamente de salas quentes para frias para ar condicionado. «A resposta às altas temperaturas é a vasodilatação, ou seja, a dilatação das artérias que promove a redução da pressão arterial e da transpiração com perda de líquidos e eletrólitos. Isso pode causar fenômenos hipotensivos súbitos, ligados à hipotensão, e determinar estados lipotímicos, astenia forte, em alguns casos síncope real. Para evitar este processo, é preciso hidratar-se bem e com frequência e procurar não se expor excessivamente ao calor», explicam os especialistas do Siprec.

Treino: não se estiver muito calor

A segunda precaução é limitar o exercício físico, evitando praticar esportes nas horas mais quentes. A prática motora deve ser compatível com condições climáticas mais seguras.

Respirar para proteger

Com muito calor e muita transpiração, as máscaras podem acentuar os problemas respiratórios, levando os cardiopatas a uma crise, devido ao menor aporte de sangue oxigenado ao cérebro, queda da pressão e diminuição da oxigenação em ambientes úmidos e ambientes lotados. Isso requer uma maior consciência dos próprios limites. Por exemplo, suba as escadas devagar, evite estar em lugares lotados onde ainda é recomendado o uso da máscara, fique em casa nas horas de maior calor.

Calor e hipertensão

Quem faz uso de anti-hipertensivos, por indicação do médico, pode se beneficiar de um ajuste de dose, sob orientação médica.Ao reduzir a dosagem ou interrompê-la se a pressão arterial estiver muito baixa, a sensação de exaustão deve melhorar. Estas variações devem ser sempre acordadas com o seu médico e implicam a necessidade de várias medições de pressão.

Diuréticos podem ser remodulados

Devido à perda de líquidos e sais por sudorese, frequente em pessoas com hipertensão e insuficiência cardíaca, muitas vezes é aconselhável remodular a terapia com diuréticos ou, em qualquer caso, verificar o equilíbrio hidroeletrolítico.

Mais sais minerais

Uma alimentação à base de fruta e vegetais, com produtos naturais que contenham potássio, cálcio e magnésio, é essencial para a saúde do sistema cardiovascular.

Cuidado com as altas montanhas

Altas altitudes, em pacientes cardíacos, levam a uma redução na oxigenação natural do sangue.Qualquer férias na montanha deve ser abordada com precauções: suba gradualmente, evite esforços nos primeiros dias. Numa possível férias de montanha, «atingir uma altitude não superior a 1000-1200 metros. Vá progressivamente, com uma pausa de algumas horas a cada 500-600 metros. Evitar atividade física nos primeiros dias para permitir que os sistemas hematopoiético e circulatório se adaptem à altitude», acrescentam os especialistas do Siprec.

A dieta de verão: mais frutas e vegetais

A alimentação deve ser leve e “colorida”, com uma quantidade significativa de frutas e verduras. Desta forma, a digestão também será mais simples e rápida, sem sobrecarregar todo o organismo e o coração.

Hidratação: não apenas água

É necessária uma hidratação constante com água, que se desejar pode ser integrada com sumo de laranja, batidos de fruta ou sumos de vegetais. Beba bastante água.

Não a lugares isolados

Continue tomando seus remédios (leia-se: adesão terapêutica). Pacientes cardiopatas em férias devem evitar ir a lugares isolados, pois podem precisar se deslocar rapidamente a um posto de saúde, devido a alguns imprevistos.

Monitoramento de parâmetros fisiológicos com o aplicativo

«Promovemos o desenvolvimento de uma App 'Heart way', para estar perto mesmo à distância de quem tem problemas cardíacos - conclui Volpe - Este projeto persegue o objetivo primordial de controlar os principais fatores de risco: a pressão arterial e colesterol. Depois há outras finalidades não menos importantes, como o incentivo ao exercício diário do paciente, a adesão às terapêuticas, um estilo de vida correcto também do ponto de vista nutricional, a definição do perfil de risco, a análise do peso corporal e a definição de outros parâmetros que podem ser medidos pelo paciente" .

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