Fumaça de cigarro: como ela danifica o DNA?

O tabagismo é a mais importante causa evitável de morte em nossa sociedade e está intimamente relacionado ao aparecimento de vários tipos de câncer, não apenas de pulmão. Mas quais são os principais carcinógenos contidos no cigarro e como eles atuam no processo de formação do câncer?

Como é feito um cigarro?

Cigarro é um cilindro de papel contendo folhas de tabaco picadas e processadas, com um filtro colocado em uma extremidade que permite inalar a fumaça produzida pela combustão na outra extremidade. Quanto aos alimentos, os cigarros derivam de um processo de produção industrial em que são utilizados aditivos para melhorar o rendimento do produto e atender ao gosto do consumidor.

O que tem dentro?

Cada cigarro é estimado em pelo menos 600 ingredientes, que uma vez queimados dão origem a mais de 7.000 moléculas diferentes. Cerca de 80 dessas substâncias são agora reconhecidas como cancerígenas. Estes incluem aminas aromáticas, benzeno, formaldeído, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) e dois metais pesados, arsênico e cádmio.

Como fumar causa câncer?

Os mecanismos pelos quais os componentes do cigarro aumentam a probabilidade de desenvolvimento de tumores são diferentes. Algumas substâncias danificam o DNA diretamente, causando mutações que levam ao crescimento celular descontrolado. Outros, como o arsênico, interferem nos mecanismos normais de reparo do material genético, enquanto outros ainda, como o cromo, são capazes de fazer com que substâncias cancerígenas se adiram ao DNA, favorecendo o aparecimento de mutações.

As substâncias tóxicas contidas no cigarro podem favorecer o desenvolvimento de tumores mesmo que indiretamente. Por exemplo, a amônia e o cianeto de hidrogênio danificam os cílios das células que revestem o trato respiratório e, portanto, reduzem a capacidade do corpo de expelir toxinas, enquanto o cádmio inibe as enzimas que transformam substâncias nocivas em compostos menos tóxicos.

Quais tumores estão envolvidos?

De acordo com estimativas recentes, de cada três mortes por câncer no mundo, uma é atribuída ao tabagismo. O tabagismo é de fato responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e também está envolvido no aparecimento de pelo menos 15 outras neoplasias que afetam vários órgãos e tecidos, incluindo boca, cavidade nasal e seios paranasais, faringe, laringe, esôfago, estômago, intestinos, fígado, colo do útero, ovário, bexiga, rins, trato urinário e medula óssea.

O fumo passivo também pode ser cancerígeno?

Sim, mesmo o fumo passivo pode promover o aparecimento de tumores. Tal como acontece com o tabagismo ativo, o maior risco diz respeito ao câncer de pulmão: as pessoas expostas ao fumo passivo têm uma probabilidade 20-30% maior do que os não fumantes de desenvolver essa neoplasia. Além disso, o fumo passivo está associado a um maior risco de câncer de laringe, faringe, seios paranasais, cérebro, bexiga, colorretal, estômago e mama, enquanto em crianças aumenta a probabilidade de contrair linfoma, leucemia, câncer de fígado e cérebro.

Leia mais

Se quiser saber mais sobre o câncer de pulmão, baixe o manual “Fumar. Perguntas e respostas para entender e escolher” criado pela Fundação Umberto Veronesi. Para se manter atualizado sobre as últimas notícias sobre saúde, visite a Revista online da Fundação Umberto Veronesi.

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