Casal aberto: porque mulher também gosta – iO Donna

Par aberto: e se fosse uma solução? Embora a pandemia pareça ter ficado para trás, de acordo com especialistas, os efeitos do bloqueio nos casais ainda são evidentes. Muitas pessoas já se despediram do parceiro e pediram a separação. Mas romper o relacionamento pode não ser a única opção. A não-monogamia está se espalhando, especialmente entre os mais jovens.

Não-monogamia

Em sua última reportagem, “A nova geração e a não-monogamia”, Ashley Madison, principal plataforma internacional para quem busca casos amorosos extraconjugais, questiona o casal tradicional.E revela uma mudança para formas relacionais de monogamia aberta que, ao que parece, podem ter efeitos positivos nos relacionamentos e na própria sociedade. «A expressão não monogamia consensual ou ética designa todos aqueles tipos de configurações relacionais em que os parceiros escolhem conscientemente e partilham que têm mais do que uma história sexual ou romântica», explica a Dra. Marta Giuliani, Psicóloga, Psicoterapeuta, Sexóloga Clínica e Fundadora Membro da Sociedade Italiana de Sexologia e Psicologia.

Casal aberto: muitas declinações

«Existem diferentes formas de não monogamia, como os chamados relacionamentos abertos, trocas de casais, poliamor. Mas o denominador comum é sempre permitir explorar as dinâmicas sexuais, as relações e os desejos mesmo fora de casa, numa perspetiva mais fluida da auto-expressão e das próprias necessidades. Obviamente cada casal decide internamente os limites, constrangimentos e regras a cumprir, que podem incidir sobre as atividades sexuais, aceitando assim algumas práticas e não outras, mas sim a escolha dos parceiros, por exemplo se são estranhos ao casal ou amigos, homens ou mulheres , conhecidos ou pessoas de confiança», continua o especialista.

Não-monogamia para mulheres

«Os dados do inquérito Ashley Madison, bem como a experiência clínica, confirmam que são muitas as mulheres que optam conscientemente pela não monogamia, percebendo importantes vantagens como a diminuição do típico sentimento de pressão familiar ainda dos nossos sociedade e aumento do nível de serenidade, envolvimento e interesse sexual pelo parceiro estável. Antes de abordar a não-monogamia, é importante questionar-se se este interesse em se entregar a mais pessoas é ditado pelo desejo e necessidade de se enriquecer a nível mental, relacional e íntimo, ou se este passo é ditado pelo desejo para salvar uma relação em crise ou, para sair dela de forma mais fácil, sem ter de enfrentar a solidão da separação», sublinha o Dr. Giuliani.

Prós e contras desse tipo de abordagem

«Entre os prós, temos uma melhoria na vida familiar, para uma diminuição gradual do stress e das pressões da vida quotidiana, um aumento do equilíbrio psico-físico, uma maior perceção de autonomia sexual e relacional. Muitos também relataram um aumento na satisfação do casal e maior auto-estima erótica. Os contras são maioritariamente consequentes das motivações mais ou menos conscientes da escolha, do sentido de “pressão” relacional percecionada, do estigma social e da gestão de “imprevistos” como o ciúme», conclui o especialista.

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