Relacionamentos ruins - Por que demoramos tanto para perceber que ele não nos ama?

Amor e sexo

Cara Ester,

Eu tenho lido você recentemente e no começo eu nem gostava tanto de você … não levante eh, não é você, mas as coisas que você diz que eu não gostei porque são a verdade e Eu não queria ouvir isso.

Tenho 31 anos e gostaria de falar com você sobre uma categoria específica de relacionamento ruim que nunca nasceu. Ou melhor, nasceu em nossas cabeças e esperou, esperou mas nunca viveu.

Por 3 dias fechei um encontro (se você pode chamá-lo assim) com um homem de 38 anos quem não mora na minha cidade. No papel, um cara bom, com uma família normal, que fala com você sobre discursos agitados e menos agitados, que sempre te escreve, que te liga e te faz pensar "vamos lá, não é um deles que faz isso se ele não liga? ".

Vou tentar resumir a (não curta) história triste. Nós nos conhecemos há 3 anos e eu o afastei duas vezes porque sempre chegamos a um ponto em que eu queria enlouquecer porque eu não entendia nada, amigos em palavras, um pouco menos em ações.

Enfim, ele sempre voltava e eu sempre permitia. Em particular neste último caso, estivemos conversando desde setembro e nos últimos meses o "relacionamento" parecia ter se intensificado, sentíamos uma pandemia quase todos os dias, com videochamadas fixas às sextas-feiras.

Recentemente foi meu aniversário e decidimos encontrá-lo para receber meu presente: ele organizou um lindo fim de semana, presente, viagens, jantar etc etc.

Dois lindos dias, mas quando cheguei em casa algo não estava voltando para mim, um uma intimidade "à noite" não correspondia a uma intimidade durante o dia. Não sei se quero dizer, nenhum gesto que correspondesse às horas que passamos juntos pouco antes.

Chegando em casa, cansado e cansado, lancei a bomba "Você me diz por que não quer ficar comigo?". Responda "Estou bem contigo, existe afinidade, cumplicidade mas não estou apaixonada. Tu es?" E eu: “Eu sei que estava bem e que gostaria de te ver mais vezes, não sei se estou apaixonada”. Ele “Eu também estava bem, mas Eu sinto que falta a base para um relacionamento com você”.

Resumindo, quero encerrar e ele insiste que reveja o meu pensamento, mude de ideias, talvez revendo a forma como estamos juntos, como se trabalhássemos por ordem, hoje amantes, amanhã muda e somos amigos.

Aos 31 anos estou a meio caminho entre a fase "porque é que ele não me quer" e aquela "quanto tempo perdi", mesmo que no final não pense que perdi tempo, sempre pensei nisso Esperei, esperei como só nós mulheres que sabemos fazer. Amamos fazer as Penélopes da história.

Porque, no fundo, confiamos cada vez mais no que sentimos do que em fatos reais, das palavras que nos dizem: "Eu não quero você." Existe uma mensagem mais clara?

Não tenho nada em particular para lhe perguntar como "mas por que ele não me quer?", "Na verdade, não sou eu que ele não quer, mas o que eu represento (outra grande besteira a que nos agarramos)?" ou "a que categoria pertence esse homem?".

Eu só quero compartilhar com vocês uma correspondência de sentidos NÃO amorosos de nossos tempos….

P.

A resposta

Querida p.,

relações imaginárias. Aqueles que não experimentaram relacionamentos imaginários não podem falar.

Você terá visto, eles são todos contra. Você também seria contra, se eu te visse. Você é uma piada. Ela se apaixonou no chat. Ela se apaixonou sozinha. Ela se apaixonou como no colégio. Na escola primária. Só que no ensino fundamental você teve mais coragem e lhe deu o bilhete. Você quer se juntar a mim?

Não.

Amor é quando um não não é suficiente para passar para outra coisa. A recusa não resiste, não ataca. Quem não nos quer não acredita. Mas já dissemos que o amor não é de aedo, o amor é um processo de infortúnio, um corredor de passagens forçadas.

É felizmente o assunto amoroso evolui, mesmo quando parece parado no pólo.

A) Amor de fantasia

Era uma vez um Sujeito Amoroso, respeitável e bem intencionado. A primavera chegou e ele decidiu ir de coração aberto, sem casaco. Resumindo, ele se apaixonou pelo primeiro que passou. Bastou um punhado de mensagens, alguns telefonemas educados, para nos vermos uma vez a cada três meses. O amor é um alquimista de pequenas doses. Ele precisa de gás de um isqueiro.

“É lindo mesmo assim, eu juro para você”, garantiu o Sujeito Amoroso.O tempo passou e então ele se resignou a parar (até a imaginação tem seus limites), foi uma espécie de sair sem ninguém para sair.

B) Amor não correspondido

O assunto amoroso permanece sob nós por um tempo, mas tem ossos jovens, ele não desanima, ele se levanta para se apaixonar novamente, desta vez mais concretamente. Ele vai atrás de sua amada, ele insiste. A sorte favorece os audazes. O amor em vez da ousadia não se importa, na verdade os chuta.

Segue-se um luto muito mais infinito. Agora que ele sabe, ele entendeu a lição: a armadilha não deve correr atrás do rato. O Sujeito Amoroso entende que os sentimentos são a parte da vida que caminha em uma direção obstinada e oposta: insistir é inútil.

C) Amor no final da manobra

O assunto amoroso é bobagem, mas até certo ponto. "Você não me engana mais", diz para si mesmo. É a poderosa ilusão da idade adulta ("eles ainda vão te ferrar", é o estraga-prazeres da vida).

Chegou a hora da estratégia. O sujeito amoroso configura um sistema refinado de armadilhas: ele não liga, ele atende pouco e apaticamente, ele tem espasmos. “E vou embora antes que ele se canse de mim”, acrescenta, no auge da tática.

Na realidade, você permaneceu o tolo usual sub a). De manhã você pode até fingir que é o super-homem, à noite você volta a ser o sub-homem manco que você sempre foi, disse aquele escritor e médico de guerra francês.

D) Amor lindo e infeliz

Outro pequeno esforço, Assunto Amoroso. Agora você entendeu. Você pode contar: um amor igual não existe. Você encontra um certo desequilíbrio e o mantém. O casal é uma medida infernal, mas o sujeito amoroso não tem medo de se resignar ao óbvio. Só que todas as noites, antes de dormir, a pergunta “como estou indo?” Vem como uma sombra. E algo rói seu sorriso. Ruim, você está se saindo mal. Esta é a penúltima lição: pior do que o amor imaginário, só existe a falta concreta de amor. O Sujeito Amoroso sente um buraco no peito. Mas que ladrão é esse amor, que demora uma hora pra recomeçar e aí eu perco uma parte?

E) O relacionamento normal, mais conhecido como Grande Amor

O sujeito amoroso tem todas as caixas cheias delas. Ele acabou com aqueles casos de amor estúpidos, se os cantores os mantiverem para comprar moradias com piscina. Ele volta a si mesmo. E ele tem que admitir que é o melhor eu que já viu na frente do espelho. Mas você quer ver uma vida sem amor ainda mais reta?

E assim tudo é realizado, e o Deus Eterno dá a ele graça (sentimental). Que se manifesta de forma precisa: ninguém sabe de onde vem uma boa pessoa e eles vão morar juntos.

O Sujeito Amoroso agora está pacificado e se torna empresário de pequenas coisas. Espaguete e amêijoas em junho à beira-mar, hipoteca, móveis. para concluir amor se torna colaboração entre duas pessoas que se preocupam com o fato de que os dois são os dois.

Ele olha um pouco para trás e se dá um tapa, reflete sobre sua coleção de erros e ele se pergunta por que não começou primeiro a selecionar os cristãos com base no critério (francamente elementar): isso me trata bem, de que só peixe na cara.

Ele se autodenomina um idiota, o Sujeito Amoroso. Mas não é tudo culpa dele: se fosse um mundo justo, o "entendimento" seria sempre uma questão de poucos minutos. Demorou anos. Ele pensou que estava descobrindo as penicilinas e, em vez disso, é água quente.

No final você vai e vê e a vida é apenas a arte de atravessar a rua.

Todas as cartas de Ester Viola

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