Alergia ao frio como curar essa urticária

Todo mundo já saiu sem luvas e voltou para casa com as mãos vermelhas e uma forte sensação de pele esticada. Esta é uma reação normal da pele a baixas temperaturas, mas o frio pode desencadear uma reação mais forte que nós, meros mortais, chamamos de alergia, embora do ponto de vista médico não seja correto chamá-la assim.

É urticária, não alergia

«É enganador falar em alergia ao frio, mas certamente em algumas pessoas existe uma componente auto-imune e auto-alérgica, pelo que as baixas temperaturas favorecem o aparecimento de urticária na pele», explica a Dra. Paola Facheris, dermatologista do Instituto Clínico Irccs Humanitas em Milão.Em palavras mais simples, não é o resfriado em si a causa direta da "alergia" , mas o gelo induz a produção de moléculas específicas chamadas autoantígenos na pele, que por sua vez induzem a liberação de histamina, a substância responsável para as colmeias.

O que acontece com a pele

Como em alguns tipos de alergias e em qualquer urticária, os sintomas dos resfriados são sobretudo cutâneos. "Na pele podem aparecer muitas pápulas, ou seja, lesões avermelhadas e elevadas, que coçam muito" , explica a Dra. Paola Facheris. A sensação mais comum é a de coceira. É difícil resistir à vontade de coçar as pápulas, que podem aparecer em várias partes do corpo, não apenas nas mãos e no rosto. Eles podem permanecer visíveis até cerca de 24 horas depois de ficarem no frio. “Em muitos casos, essas pápulas vêm e vão. Eles aparecem não apenas se você estiver fora de casa em temperaturas muito baixas. Também é suficiente beber ou comer algo frio, ou entrar em contato com superfícies geladas ou quase geladas», esclarece a Dra. Paola Facheris, dermatologista também da Humanitas medical care.

Outros distúrbios também aparecem

A urticária ao frio, mesmo que não seja uma alergia real, pode causar algumas doenças mais gerais, que não são apenas sobre a pele. "Fadiga, hipotensão (ed, pressão arterial abaixo do normal), dor de cabeça, dificuldade para respirar ou respiração ofegante são alguns dos sintomas que podem acompanhar as pápulas na pele" , explica a Dra. Paola Facheris. Se a urticária ao frio se tornar crônica, os sintomas podem durar mais de seis semanas. E não é só isso, esse tipo de urticária pode estar associado a outros, como a urticária idiopática, aquela cuja causa exata não é conhecida.

A que temperatura começam as colmeias?

Todo mundo que trabalha em um “espaço aberto” sabe disso. Enquanto a colega enrola mais um cachecol, a vizinha da escrivaninha se abana de manhã à noite, implorando para desligar o radiador se realmente não dá para abrir nem um pouco a janela.Este é um exemplo prático de como a percepção do calor e do frio é muito subjetiva. Consequentemente, não há temperatura que possa favorecer o aparecimento da reação cutânea que não pode ser definida como alergia, pois o frio não penetra na pele como as substâncias alergênicas, mas simplesmente induz a pele a reagir. Mal acrescentamos. «Em geral, pode-se dizer que a urticária ao frio é desencadeada quando a pessoa que está predisposta a ela entra em contato com temperaturas em torno de 4°C, mas há muita variabilidade de caso para caso, algumas até abaixo de 20°C» esclarece Dra. Paola Facheris.

Quem está mais exposto à urticária ao frio

Adivinhe qual dos homens e mulheres tem mais probabilidade de ficar com o rosto inchado só porque foi esquiar sem usar uma burqua alpina? Você acertou: são as mulheres que mais frequentemente têm reações alérgicas a baixas temperaturas.Em particular, as mulheres entre 20 e 40 anos são as mais propensas a ter urticária ao frio. "Ainda não está claro o motivo científico pelo qual as mulheres, principalmente as jovens, correm mais risco de sofrer de urticária ao frio" , explica a Dra. Paola Facheris, especialista nesse tipo de doença de pele. «O que se sabe com certeza é que, salvo casos muito raros, não há familiaridade neste problema. Além disso, até o estresse pode piorar» conclui a dermatologista.

Para prevenir é só ouvir a vovó

Para não ficar cheio de vergões avermelhados depois de uma boa caminhada ao ar livre, o jeito é se cobrir bem, tentando deixar o mínimo possível de áreas do corpo expostas ao frio. Na prática, luvas, cachecol e gorro sempre usados. «Evitar é a primeira estratégia de prevenção contra qualquer tipo de urticária, incluindo esta.Não só isso, até reduzir o tempo de exposição ao frio pode ser útil», explica a Dra. Paola Facheris. «Para quem sofre, até cinco minutos de frio pode ser perigoso, assim como comer algo fresco ou beber uma bebida gelada», conclui a Dra. Paola Facheris.

para tratar, porém é melhor consultar um dermatologista

Aqueles que pensam ter esse tipo de problema devem primeiro manter um diário. Sim, um diário da doença, onde você escreve toda vez que tem um episódio de urticária, quanto tempo durou, o que estava fazendo ou tinha feito pouco antes do início. «Ter o historial da doença é essencial para perceber como intervir do ponto de vista terapêutico. Por isso, o dermatologista procura conhecer a história clínica do paciente antes de fazer o diagnóstico de alergia ou urticária. E um diário é muito útil para enquadrar bem o problema», explica a Dra. Paola Facheris.“Uma vez comprovado que se trata de urticária ao frio, esse problema pode ser tratado com anti-histamínicos de segunda geração. Estes medicamentos podem ser modulados de acordo com as necessidades e características de cada paciente, mas requerem habilidades específicas para a prescrição», explica o médico. Por esta razão, uma visita ao clínico geral muitas vezes não é suficiente. É necessário um check-up com o dermatologista, que antes de fazer o diagnóstico de urticária ao frio também descartará outras causas para essas pápulas, que deixam o inverno muito pruriginoso.

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